Na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, o Pavilhão da Bulgária apresentará a exposição Educação é o movimento da escuridão para a luz. Os curadores Boris Tikvarski, Bojidara Valkova e Mariya Gyaurova, juntamente com o fotógrafo belga Alexander Dumarey, escolheram explorar os temas da despovoação, declínio urbano e êxodo rural, representados através de imagem de escolas abandonadas no país. O projeto foi selecionado após uma competição nacional organizada pelo Ministério da Cultura, a Câmara de Arquitetos da Bulgária e o Sindicato de Arquitetos do país.
Nas últimas três décadas, o país tem passado por um processo de rápido declínio populacional, um fenômeno previsto para continuar no futuro. Uma marca disso é a menor quantidade de crianças que frequentam a escola. A exposição tem como objetivo ilustrar esse processo de abandono de maneira visual, mostrando imagens coletadas durante as viagens do fotógrafo Alexander Dumarey pelo país. Ele foca suas lentes em escolas abandonadas, em ruínas e no mobiliário escolar degradado. Os curadores estão colaborando com municípios e instituições locais para reunir esses artefatos e apresenta-los na Bienal.
A exposição será dividida em três espaços principais: a entrada, a sala de aula e a área de entrevista e debate. A disposição dos espaços busca criar uma experiência gradualmente imersiva para os visitantes, ajudando-os a se familiarizar com o problema complexo e urgente daquelas regiões.
Regiões em declínio, preservação da cultura durante a redução populacional e mudança adaptativa são tópicos ligados ao interesse dos curadores pelo abandono das escolas. O objetivo da exposição é contribuir para o desenvolvimento de um discurso mais consciente e informado sobre ambientes urbanos e rurais em declínio. O projeto destaca um fenômeno que não é exclusivo da Bulgária, mas presente em todo o Bloco de Leste. Os curadores esperam lançar luz sobre estes processos, convidando os visitantes a considerarem as implicações mais amplas e potenciais soluções.
Em consonância com o tema deste ano da Bienal de Veneza, Laboratório do Futuro, proposto pela curadora Lesley Lokko, outros pavilhões nacionais também anunciaram seus curadores e projetos de exposição. O Pavilhão Francês propõe um teatro com um globo espelhado para criar um lugar de celebração e experimentação coletiva; a Suíça explora as relações territoriais com seu vizinho no Giardini, a Venezuela; e os curadores italianos estão organizando uma série de exposições menores para apresentar as particularidades do contexto italiano. Além dos pavilhões nacionais, a Bienal de Arquitetura de Veneza também conta com uma exposição internacional, além de uma série de eventos paralelos.